
Falar sobre luto e perdas na infância pode ser um desafio para qualquer adulto. No entanto, esta conversa é fundamental para o bem-estar emocional das crianças. Mais cedo ou mais tarde, todas acabam por enfrentar algum tipo de perda, seja de um familiar, de um animal de estimação ou até de uma mudança significativa, como a separação dos pais ou a troca de escola. Por isso, é essencial saber como apoiar nestes momentos.
Cada criança reage ao luto de forma única. Por vezes, manifesta tristeza, medo, irritação ou até mesmo silêncio. Além disso, é importante lembrar que não existe uma maneira “certa” de sentir ou expressar o luto. O mais importante é que a criança se sinta ouvida e apoiada durante todo o processo.
Existem várias estratégias que podem ajudar a criança a lidar com o luto e a integrar a perda de forma saudável. Em primeiro lugar, ouça com atenção e valide os sentimentos, sem julgamentos. Assim, a criança sente-se compreendida e acolhida.
Além disso, explique a perda de forma simples e adequada à idade. Use uma linguagem clara e evite eufemismos, pois a honestidade transmite segurança. Ao mesmo tempo, respeite o ritmo de cada criança, já que não há um “tempo certo” para o luto. Algumas precisam de mais tempo e espaço para processar a perda.
Outro ponto importante é oferecer segurança, carinho e rotinas. Manter hábitos e demonstrar afeto reforça o sentimento de estabilidade. Por fim, incentive a expressão de emoções, seja através de conversas, desenhos, brincadeiras ou histórias. Desta forma, a criança encontra diferentes maneiras de dar sentido ao que está a sentir.
Por vezes, o apoio da Psicologia Clínica pode ser fundamental nestas situações. Um psicólogo pode ajudar a criança a compreender e integrar a perda, promovendo o desenvolvimento de ferramentas para lidar com as emoções e reconstruir o equilíbrio emocional. Além disso, o acompanhamento profissional oferece suporte também à família, orientando sobre as melhores formas de apoiar a criança neste processo.
Se sente que o luto está a ser particularmente difícil para o seu filho ou se nota alterações prolongadas no comportamento, como isolamento, regressão ou dificuldades escolares, é recomendável procurar apoio profissional. Juntos, podemos ajudar a transformar a dor em crescimento e resiliência.